Desde o século XIX que pensadores tem se preocupado em mostrar a história humana numa concepção totalizante. Primeiramente com o materialismo histórico e dialético, de Karl Marx e Engels e depois, em princípios do século XX com a Escola dos Annales, girando as dicussões na Revista dos Anneles com os pensadores Marc Bloch e Lucian Febvre e Fernand Braudel.
A preocupação com uma história que conseguisse explicar o conjunto da realidade humana e com a máximo complexidade e completude, levou pensadores a criarem métodos de investigação como instrumental que desse conta do recado. Assim, primeiramente Marx buscou estabelecer uma análise em que seria levado em consideração os diversos aspectos da realidade humana: estruturas econômicas, sociais, jurídicas, políticas. Estes aspectos seriam trabalhados numa perspectiva de totalidade dialética em que a sociedade e a economia de um período histórico da humanidade seria uma infraestrutura que interelacionava com a superestrutura política, jurídica, cultura, religião. A realidade histórica não se configurava como dois aspectos separados onde a infraestrutura dominaria a superestrutura. A relação entre ambas era dialética, ou seja, haveria sempre um movimento de influências recíprocas. Por outro lado, cada aspecto, tanto da infraestrutura como da superestrutura se relacionaria com todos os outros. Partindo deste sistema explicativo os mecanicistas deturparam o pensamento de Marx e estabeleceram uma explicação mecânica da realidade definindo a infraestrutura como dominante sempre e não em última instância.
Ressalvando esta discrepância estabelecida a partir do pensamento de Marx, percebe-se que, esta explicação, buscando a totalidade conseguiu ir além do que até então, havia-se caminhado rumo a uma análise mais completa possível da realidade histórica.
Na década de 1920, na França, apareceu um grupo de intelectuais em torno da Revista dos Annales buscando, da mesma forma que o materialismo histórico, romper com a visão metódica de explicação histórica: o positivismo comteano.
Estes pensadores, na busca de uma História Total vieram propor uma explicação totalizante da realidade onde se buscaria relacionar os diversos aspectos da realidade em um todo explicativo. Para isto propôs-se uma história que buscasse estudar tanto economia, como sociedade, politica, religião, psicologia, climatologia, geografia, cultura, sistema jurídico, mentalidades em um conjunto multidisciplinar que fundindo todos estes elementos a partir de uma exlicação inter-relacionada conseguiria explicar melhor o mundo da humanidade. O grande problema nesta perspectiva era que o historiador deveria ser um verdaderio Homo universalis. Ainda mais univesal do que os sábios gregos antigos. Isto proque no século XX o conhecimento humano do conjunto destas disciplinas já era de uma enormidade sem limites. Impossível de um só indivíduo conseguir dominar tal vastidão de conhecimentos.
sexta-feira, 24 de abril de 2009
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